RESUMO - REFORMA PROTESTANTE E CONTRA-REFORMA
I.
FATORES QUE ORIGINARAM A REFORMA
A Reforma ocorreu em meio às
transformações: Econômicas, Políticas, Sociais, Culturais que assinalaram a
passagem da Idade Média para Idade Moderna. A dialética entre esses fatores
conduziram a Reforma. Por seu lado, a Reforma iria influenciar reciprocamente
todos esses fatores que a originaram.
1.1.
Fator Cultural – Religioso (A Crise da Igreja).
a) Quebra das
Normas Eclesiásticas. Os membros da Alta
Hierarquia do Clero viviam luxuosamente, totalmente alheios ao povo
b) Dispensa dos
Votos. O voto de castidade era
habitualmente esquecido (O papa Alexandre VI tinha 8 filhos);
c) Venda de Cargos. Os cargos da Igreja eram vendidos a quem mais
pagassem (O papa Leão X recebia uma renda anual equivalente a mais de Um milhão
de dólares, fruto da venda de dois mil cargos eclesiásticos).
d) Venda de
Relíquias “Sagradas”. (Objetos supostamente tocados por Cristo, Maria ou
Santos). “Erasmo de Rotterdã, diz que as
Igrejas da Europa possuíam pedaços de Madeira em quantidade para se construir
uma navio”
e) Indulgências.
(Foi abuso que promoveu a maior reação). Trata-se de um documento assinado pelo papa, que absolviam quem os
comprasse de alguns pecados cometidos, diminuindo o tempo de sua pena no
purgatório.
“Diante da Crise ou a Igreja se Auto-Reformava ou
Perderia Fiéis. O Cisma do Oriente e o Cisma do Ocidente; Surgimento das
Heresias. Os dois fatos Ocorreram:
Cisma
do Oriente. Durante a Idade Média, o poder da Igreja já havia
sido contestado diversas vezes. Em 1054, ocorreu o Cisma do Ocidente, quando os
cristãos do Império Bizantino separaram-se da Igreja Católica formando a Igreja
Ortodoxa.
Cisma do Ocidente. Entre 1378 e 1417, ocorreu o Cisma do Ocidente, fruto
de divisões internas na Igreja que provocaram a eleição de dois papas, um na
França e outro em Roma, a solução só seria solucionada após 30 anos
Heresias. Nos séculos XI e
XII, surgiram na Europa as Heresias ( Movimentos religiosos que negavam vários
princípios do catolicismo) As mais importantes ocorreram na França e ficaram
conhecidas por heresias dos Valdenses e heresias dos albigenses, pregavam
mudanças nos dogmas da Igreja e distribuições dos bens da Igreja. Foram
reprimidos severamente.
Nos séculos XIV e XV desencadearam
mais dois movimentos de contestação, a primeira liderada por John Wyclif, na
Inglaterra, e a Segunda comandada por John Huss, na Boêmia, estes são chamados
de pré-reformadores.
1.2.
Fator Econômico (Desenvolvimento Comercial)
a) Interesses da
Burguesia Condenados Pela Igreja. A
Igreja condenava a Usura e o comércio. Pregava o “preço Justo” na venda das
mercadorias, condenando o lucro desmedido. Essas teorias iam de encontro aos
interesses da Burguesia, esses se inquietavam de que o comércio contrariava as
leis divinas, queriam lucro e se recusam a aceitar as determinações da Igreja.
A burguesia em geral buscava uma religião que não interferisse em suas
atividades e que, até mesmo, justificasse suas formas de vida.
1.3.
Fator Político (Fortalecimento das Monarquias
Nacionais)
As fronteiras começavam
a ser definidas e centralizando-se o poder nas mãos do Rei, o que fazia surgir
o sentimento nacionalista que não existia na idade Média. A Igreja possuía
terra e propriedades espalhadas por toda a Europa, passou a ser considerada uma
potência estrangeira. Lentamente começou-se a se formar uma reação contra as
possessões e a arrecadação de impostos pelo clero. Em vários países da Europa
crescia o desejo de confiscar os bens da Igreja.
II.
REFORMA NA ALEMANHA
2.1.
Alemanha não centralizada
Diferentemente de
outros países da Europa, a Alemanha não era um Estado centralizado. O chamado
Sacro Império Germânico era composto por cerca de 300 Estados. O Imperador só
exercia poder de fato nas suas possessões diretas, essa situação possibilitava
realizar grandes abusos.
2.2.
Situação Econômica
A situação do Império
também não era boa do ponto de vista econômico. Só havendo comércio no litoral
e região sudeste.
A maior parte da
Alemanha era agrária e feudalizada, e a Igreja detinha a propriedade de um
terço das terras
2.3.
Descontentamento Geral
A burguesia contestava
contra a arrecadação de tributos.
A Plebe urbana e os
servos ansiavam por se libertar das inúmeras contribuições que pagavam a o
clero.
2.4.
Influências no Pensamento doutrinário de Martinho Lutero
Martinho Lutero foi
grandemente influenciado pelo pensamento de Agostinho de Hipona –
Predestinação; Salvação somente pela Fé, que era um sinal da predestinação.
Partindo de Santo
Agostinho Lutero constrói a sua própria doutrina rejeitando os dogmas da Igreja
Católica.
A doutrina de Lutero
passa a ser interessante a Nobreza Feudal, pois não admitindo a autoridade da
Igreja, os bens que a igreja possuía poderiam ser expropriado.
As conseqüências da Reforma Luterana
Publicação das 95 teses
na catedral Witemberg.
Pequenos Nobres e
Camponeses começaram a se revoltarem baseados nos princípios de Lutero
REFORMA NA SUÍÇA
Zwuinglio: iniciador da Reforma
Embora a situação da suíça fosse
diferente da Alemanha foi também propícia para um reforma. O iniciador da
reforma foi Ulrico Zwuinglio, que foi leitor das Obras de Lutero e Erasmo de
Roterdã.
As lutas entre protestantes e
católicos provocou uma guerra civil e Zwuinglio morreu nesta guerra.
Calvino o teórico que satisfez os interesses da
burguesia
Suas teorias diferenciavam das teorias de Lutero.
Para ele Deus organizou todas as
coisas por determinação de sua vontade e atribuiu a cada um uma vocação
particular, cujo objetivo era a sua glorificação. Assim o capital, o crédito,
os bancos, o comércio seriam desejados por Deus e tão desejáveis como o salário
de um trabalhador ou aluguel de uma propriedade. O pagamento de juros seria tão
natural quanto o pagamento de uma renda pela utilização de terras.
Por corresponder aos interesses da
burguesia o calvinismo se expandiu para vários países da Europa
REFORMA NA INGLATERRA
A Inglaterra era um dos países mais
desenvolvidos da Europa, entretanto a Igreja Católica, com sua riqueza, poder e
influência constituíam um “Estado dentro do Estado”
O Rompimento da Igreja Inglesa com
Roma acontece com o reinado de Henrique VIII, com a questão da sucessão do
trono.
CONTRA REFORMA OU REFORMA CATÓLICA
A contra reforma foi um movimento de
reação ao protestantismo e de renovação da Igreja, ameaçada em sua existência
pela reforma, pela perda de fiéis e de boa parte de seus bens. Deixou também de
receber uma parte considerável de seus tributos. Assim necessitava auto
reformar-se ou não sobreviveria, pois precisava, ainda, evitar que outras
regiões católicas se tornassem protestante.
A partir de 1534 os chamados papas
reformistas (Paulo III, Paulo IV, Pio V, Xisto IV) começaram a reagir contra os
movimentos Protestantes.
Instrumentos da Contra Reforma ou reforma Católica
- Concílio de Trento
·
Em 1545 e 1563 foi
convocado o concílio de Trento em que se reafirmavam os dogmas, depurou-se a
doutrina, proibiu-se a venda de indulgência, decidiu-se funda seminários para
educar os padres católicos e exigiu-se grande disciplina do clero.
·
Como instrumento de
repressão, o concílio restabeleceu o tribunal da Santa inquisição, criou-se o
ÍNDEX, lista de livros cuja leitura era proibida
- Companhia de Jesus
·
Em 1534, Inácio de
Loyola fundou a companhia de Jesus, organizada sob disciplina militar que veio
a se tornar o instrumento mais importante da Contra Reforma.
·
A Obra dos Jesuítas
foi particularmente importante no campo da educação, monopolizando o ensino das
elites européias, e na catequese dos indígenas das Colônias.
- “Santa” Inquisição
·
Utilizou-se de
métodos de torturas violentíssimos, interrogavam, julgavam e condenavam os
suspeitos de heresias. A santa inquisição foi organizada nos países europeus
que se mantinham católicos.