quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

FILOSOFIA MODERNA

Características Principais da Filosofia Moderna


Historicamente falando podemos dizer que o termo moderno antecede o período que começa no século XVII, e este termo dava a idéia de oposição ao antigo ou ao anterior, designando o atual, o presente, na verdade estabelecendo uma ruptura com a tradição.

Podemos dizer que a filosofia moderna surge em contraposição a Filosofia Medieval, por exemplo, se a Filosofia Medieval era escolástica, teologica, a moderna era humanista e antropocêntrica, isto é, em vez de pensar Deus, ou do ponto de vista de Deus, pensa-se o homem, ou do ponto de vista do homem.

Duas noções fundamentais estão ligadas ao moderno:

• A idéia de progresso, que faz com que o novo seja considerado o melhor;

• E a valorização do indivíduo, ou da subjetividade como lugar da certeza e da verdade.

Podemos dizer que quatro fatores históricos principais podem ser atribuídos a origem da Filosofia Moderna:

1. O humanismo Renascentista do Século XV;

2. A descoberta do Novo Mundo (1492);

3. A Reforma Protestante do Século XVI;

4. A Revolução Científica do Século XVII.

Além disso, outros fatores históricos contribuíram também para a formação do Pensamento Moderno, como o mercantilismo como surgimento de outro modelo econômico e o surgimento e a consolidação dos Estados Nacionais (Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Países Baixos). Ao Analisarmos esses fatores históricos e as suas peculiaridades poderemos perceber quais as características da Filosofia Moderna.

O renascentismo tem sido visto como o detentor de uma identidade própria e que se desenvolveu uma concepção específica de filosofia que rompe com a tradição medieval.

Talvez o maior traço do renascentismo seja o humanismo. O renascentismo foi buscar o lema do humanismo no filósofo grego sofista Protágoras. “O homem é a medida de todas as coisas”. Esse pensamento faz uma ruptura com o pensamento medieval, que sempre analisava as coisas do ponto de vista do sagrado, de Deus, uma visão extremamente teocêntrica, onde a teologia era o pensamento dominante, mas com o renascentismo este teocentrismo é quase todo deixado de lado valorizando o antropocentrismo.

O Humanismo renascentista retoma a herança Greco-Romana tendo temas Pagãos como centrais, afastando assim a temática religiosa

O humanismo rompe com a visão teocêntrica e com a concepção Filosófica Medieval, valorizando o interesse pelo homem

Durante o renascentismo o homem passa a ter dignidade e não mais a ser visto como o homem caído como no contexto Medieval.

Essa mentalidade humanista levantada pelo renascentismo influenciou a filosofia, fazendo surgir um novo pensamento, a Filosofia Moderna.

A descoberta do Novo Mundo por Colombo contribuiu decisivamente para o descrédito da Ciência Antiga. Revelou a falsidade da Geografia Antiga desde a questão da verdadeira dimensão da terra até o desconhecimento de novos territórios, assim também como a desmistificação daquelas narrativas antigas sobre regiões desconhecidas que em nada correspondem aquilo que foi encontrado.

Outra questão foi o questionamento da suposta superioridade da moral cristã que é levantada por pensadores como Montaigne.

Montaigne levanta a questão do ponto de vista do indígena mostrando que eles ensinam uma lição sobre nós mesmos, são como espelhos, apontando as fragilidades e expondo às inferioridades do homem Europeu

O imaginário Europeu busca assim uma explicação sobre a Natureza desses povos que são essencialmente ambivalentes.

A descoberta do Novo Mundo levantou uma filosofia Crítica a respeito da própria identidade do homem Europeu em contraponto aos povos descobertos nessas terras, podemos dizer que a descoberta da América deu início não somente a História Moderna como também a filosofia Moderna.

A Reforma Protestante foi também grande contribuidora para a elaboração da modernidade, por exemplo, quando defende a idéia de que a fé é suficiente para que o indivíduo compreenda a mensagem divina nas Escrituras não necessitando de intermediação da Igreja, de teólogos, nem de concílios, representa na verdade a defesa do individualismo contra as instituições tradicionais, contra o poder adquirido e todos são colocados sob suspeitas.

Podemos até mesmo colocar, sob um ponto de vista filosófico que a reforma aparece como representante da liberdade individual e da consciência como lugar da incerteza, contestando a autoridade institucional e o saber tradicional, posições que serão fundamentais no desenvolvimento do pensamento moderno, idéias essas que se encontram expressa no seu mais importante representante, Reneé Descates.

Em resumo podemos dizer que a reforma contribuiu para a Filosofia Moderna com a crítica à autoridade institucional; valorização da Interpretação da mensagem da Escritura, pelo individualismo; ênfase na fé como experiência individual, características essas marcantes na Filosofia Moderna.

A Revolução Científica moderna tem seu ponto de partida na Obra de Copérnico, quando ele defende que o Sol e não a Terra é o centro do Universo, esse fator representa um dos fatores mais marcante de ruptura, dando início a modernidade, exatamente porque ia de encontro com uma teoria estabelecida a vinte século, uma maneira na qual o homem Antigo e Medieval via a si mesmo e o seu mundo.

Na verdade o que se percebe é que o sistema heliocêntrico de Copérnico, rompe com o modelo Aristotélico-Ptolomaico, colocando o Sol como o centro do Universo e não a Terra.

Podemos dizer que duas grandes transformações levaram a revolução científica:

• O Heliocentrismo

• A valorização da observação e do método experimental.

A Revolução Científica Moderna rompe de fato com a Ciência Antiga.

Podemos dizer em síntese que a Revolução Científica rejeitou o modelo geocêntrico de cosmo substituindo pelo modelo heliocêntrico, deu à noção de espaço infinito, uma visão de natureza como possuindo uma “linguagem matemática”, ciência ativa x ciência contemplativa Medieval.

A Revolução científica pode ser considerada como uma grande realização do espírito crítico humano, talvez tenha sido o triunfo da racionalidade contra o obscurantismo medieval.

Conclusão

Podemos concluir dizendo que humanismo renascentista coloca o homem como centro de suas preocupações éticas e políticas. A Reforma Protestante valoriza o individualismo e o espírito crítico, assim como as discussões de questões religiosas e a revolução científica a realização do espírito crítico humano com suas formulações de hipóteses em busca de explicação científica. Tudo isso são características do pensamento Moderno em oposição a Filosofia Medieval.

DIRLEY DOS SANTOS

SOLI DEO GLORY

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